Agora vai... Quantas vezes já ouvimos essa frase auto afirmativa de nós para nós, de outros para nós, de nós para outros ou de terceiros para todos os demais. A auto afirmação é necessária, ela nos conforta, ela nos anima, ela nos dá força, ela nos encoraja. Até quando uma auto afirmação pode ser benéfica? Vou tentar ser mais objetivo. Por quantas evocações esperançosas uma frase perdura? É possível que haja um limite para a sua exposição? É possível que haja limite para a sua promoção?
“A esperança é a última que morre".
Vou me agarrar a esse velho jargão popular para garantir essa minha afirmação inicial. Agora vai! Se ainda não foi, agora vai... Estou na terceira onda do “agora vai" e já vejo a quarta onda do “ agora vai" se formando no horizonte. É fácil de entender esse meu drama, o agora vai é meu mas o tal do “piora tudo” não deixa o meu agora vai fluir... Que chatice! Esse tal de piora tudo, por mais que eu queira, por mais que eu não queira, não consigo controlar, ele vem de supetão e joga todos os meus planos para o ar. Até que ficou poético mas ainda estou “no mato sem cachorro".
“Cada nova adaptação é uma crise na autoestima.” (Eric Hoffer)
Agora me perdi de vez. Nesse momento estou me adaptando pois quero estar apto para conseguir me adaptar aos rumos da onda que logo vai chegar, e, essa onda, a qual me ajusto no momento, já está chegando ao seu final. Entenderam? Nem eu... Tá, eu tenho consciência daquilo que estou falando, só não sei se a minha autoestima deixa eu ser compreensível. De fato, eu não ajusto nada, são as ondas adaptativas que estão ajustando o meu ser.
“A fé move montanhas"
Poxa, será que agora eu me acho? Tenho a impressão de que agora peguei o fio da meada. Bingo! O meu “agora vai" tem uma poderosa base de fé mas não tem nenhuma base de planejamento. Não, eu não posso planejar sozinho o contexto coletivo mas posso ter responsabilidade, comprometimento, coerência, bom senso, colaboração e respeito social. Simples assim...
Esse vai-e-vem só acontece porque o conhecimento científico está sendo negligenciado.
O normal não pode ser um faz de contas, o normal tem que parecer normal, tem que se mostrar normal e precisa ter a essência da normalidade. Quando forçada, a normalidade deixa de ser normal. As ondas de frustrações também correspondem as ondas de negação da realidade. “Aqui se faz, aqui se paga”, ou então, numa versão mais atual podemos dizer que a lei do eterno retorno faz sentido. Se queremos voltar a normalidade precisamos fazer jus a ela. Se quisermos ficar bem precisamos ser melhores. Pensem nisso...
Mín. 9° Máx. 21°